Variedades dos Nossos Cafés

Variedades dos Nossos Cafés

Dentro do Sítio São Joaquim estão plantadas 5 variedades do Arábica: Catuaí Vermelho, Catuaí Amarelo, Bourbon, Mundo Novo e Arara. Existem centenas de variedades da espécie Arábica e juntas correspondem aproximadamente a ¾ da produção mundial. Cada variedade tem suas características únicas em termos de sabor, aroma, resistência a doenças, tamanho dos grãos, produtividade e adaptação a diferentes condições climáticas e de solo.

O café arábica geralmente apresenta sabores mais suaves e complexos em comparação ao café da espécie robusta, esta representa ¼ da produção mundial. É uma planta que aceita menores altitudes e tem um nível maior de cafeína, apresentando uma bebida mais áspera e amarga. Em relação a notas sensoriais o Arábica tem certa vantagem por ser mais harmônico e prazeroso, podemos encontrar descritivos de frutas, chocolate, caramelo, nozes e especiarias. 

Parte das variedades do arábica são de forte presença no Brasil, a história do Bourbon por exemplo, é interessantíssima. Ele foi trazido da Ilha Bourbon, que fica a leste de Madagascar (hoje é chamada de Ilha Reunião), essa ilha foi colônia da França entre os séculos XVIII e XIX. Com a demanda da Europa em ascensão, o café começou a ser produzido por lá no início do séc. XIX, logo viram que a produção da Ilha Bourbon dava cafés de qualidade superior por conta do clima tropical de montanhas e do solo fértil. Sua reputação se espalhou pelos consumidores e acredita-se que as primeiras mudas chegaram ao Brasil em 1860, pelas características dos locais serem semelhantes atribuíram que essa variedade pudesse se adaptar rapidamente ao solo brasileiro e estavam certos!

O Bourbon se adaptou bem ao clima e às condições daqui, especialmente no Estado de São Paulo, em regiões com altitude acima de mil metros e climas mais amenos. Sua qualidade, com grãos grandes e sabor doce, fez o Bourbon ganhar popularidade entre os produtores brasileiros e ter um destaque durante a industrialização do país, na época da Era do Café. A partir daí, o Bourbon se disseminou pelo país e foi amplamente cultivado, com o decorrer do tempo (e como acontece naturalmente com as plantas), o Bourbon sofreu algumas variações desde aquela época, mas ainda é bem popular por aqui.

Já as variedades Catuaí Vermelho, Amarelo, Mundo Novo e Arara são todas originárias daqui do Brasil, nossos pesquisadores em genética tiveram o pioneirismo em desenvolver diversas adaptações. Procurar os genes que favorecem a alta produtividade, resistência a doenças como a ferrugem, mancha de phoma, vassoura de bruxa, entre outros, que são uma grande ameaça aos cafezais, e genes que indicam características específicas de bebida. Na história brasileira temos o Instituto Agronômico de Campinas (IAC), a Fundação Procafé e o IAPAR que merecem destaque por desenvolverem pesquisas riquíssimas que são base dos estudos de agronomia cafeeira nas universidades até hoje. 

O Mundo Novo, dentre esses citados acima, tem uma história que merece ser contada. Ele foi fruto de uma pesquisa que uniu o IAC e a Fundação Procafé no final de 1940, o objetivo do programa era obter uma variedade de café com maior produtividade e resistência a doenças, especialmente em relação à ferrugem, que afetava severamente os cafezais brasileiros na época. Para isso, foram realizados cruzamentos entre as variedades Sumatra e Bourbon, resultando nele, que recebeu o nome de Mundo Novo.

O nome "Mundo Novo" foi escolhido para simbolizar a nova era que a variedade representava para a cafeicultura brasileira de tão importante que seria oferecer esses melhoramentos aos produtores. Ela foi lançada oficialmente em 1953 e rapidamente se tornou popular no Brasil devido às suas características desejáveis e ao aumento de produção. O antigo Instituto Brasileiro do Café (IBC) e outros órgãos governamentais foram responsáveis por programas de distribuição de mudas de café, incluindo o Mundo Novo, com o objetivo de incentivar a renovação dos cafezais e a adoção de variedades mais produtivas e resistentes a doenças. Essas iniciativas de distribuição de mudas de café eram parte de políticas de fomento à cafeicultura e visavam modernizar e fortalecer a produção cafeeira no país.

 

Falamos do Bourbon e do Mundo Novo, e aqui estão algumas características gerais das variedades mencionadas mas que ainda não estão descritas no texto:

Catuaí Vermelho:
  • História: O Catuaí Vermelho é um híbrido derivado do cruzamento entre as variedades Caturra e Mundo Novo. Foi desenvolvido no Brasil pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC) na década de 1940.
  • Características: O Catuaí Vermelho é conhecido por ser resistente a doenças, de fácil manejo e apresentar alta produtividade. Produz cafés com corpo médio, acidez equilibrada e notas de caramelo e chocolate.
Catuaí Amarelo:
  • História: Assim como o Catuaí Vermelho, o Catuaí Amarelo também é um híbrido desenvolvido pelo IAC no Brasil, resultante do cruzamento entre as variedades Mundo Novo e Caturra.
  • Características: O Catuaí Amarelo é amplamente cultivado no Brasil e em outros países produtores de café. Possui características semelhantes ao Catuaí Vermelho, com corpo médio, acidez equilibrada e notas de doçura e frutas cítricas.
Arara:
  • História: A variedade Arara é uma mutação natural da variedade Bourbon, desenvolvida no Brasil e estudada nos campos experimentais da Procafé.
  • Características: Os cafés Arara geralmente possuem corpo médio, acidez suave e notas de chocolate, caramelo e frutas maduras. Essa variedade é menos conhecida e cultivada em comparação com as outras mencionadas, mas pode apresentar perfis de sabor interessantes.

É importante destacar que fatores como clima, solo, altitude e técnicas de cultivo podem influenciar as características finais dos cafés produzidos a partir dessas variedades.

 

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